O deserto mais
árido do mundo situado no norte do Chile é um espetáculo
a parte com diversas faces. Desde São Pedro de Atacama seguindo
pela RUTA 5 Panamericana até La Serena, foram 1039 km pedalados
entre regiões completamente desérticas e semi-desérticas
e mais uns 300 km de carona devido a problemas com a bicicleta e alimentação.
O Atacama pode ser cruzado inteiramente por asfalto mas é bastante
difícil devido ao clima. O ar é completamente seco,
em alguns lugares a umidade é 0%, a noite é bastante
fria com temperaturas de + ou - 5°C e durante o dia ela beira
os 40°C, porém como é muito seco, esse calor é
mais confortável. O sol impera e não há sombras
para descansar, os ventos quentes e frios assolam o deserto. As melhores
horas para pedalar são das 5h da manhã até às
10h quando o sol esquenta e começam os ventos fortes vindos
de sul tornando o esforço triplicado. Por todo lado existem
minas de cobre, prata, ouro e outros vários metais, pequenos
povoados e suas casas de compensado e zinco abrigas as famílias
mineiradoras. E as montanhas peladas e murchas são o seu cartão
postal. O trecho compreendido entre Antofagasta e Chañaral
é extenso, quase 500 km e não há quase nada pelo
caminho, só o deserto mais árido do mundo, a partir
de Chañaral, uma vegetação rasteira começa
a brotar.

"Dormia
ao relento, nas entranhas da natureza morta. Não custa nada
e é mais luxuoso"
O caso é
que no Atacama a humidade é tão baixa que é possível
dormir ao relento sem ficar ensopado com o sereno. Utilizava o isolante
térmico, dois sacos de dormir e um gorro de lã.
Sempre procurava
me abrigar atrás de pedras ou qualquer obstáculo que
de proteção contra o vento e a poeira. Acordava antes
do sol nascer e dava início a mais um dia de trabalho duro.

2000
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